Resumen:
A antropologia se constituiu quando, no século XVII, o tema do homem se tornou objeto de estudo. Em seguida, evoluiu como as outras disciplinas científicas e humanas em um processo de crescente especialização. O tema do conhecimento e da tecnologia foi de grande relevância em sua fundação e em seu desenvolvimento; assim, a capacidade de conhecer e de elaborar instrumentos serviu para distinguir o homo sapiens do resto das espécies da natureza. Posteriormente, as técnicas contidas nas obras das culturas antigas serviram para compreender os modos de vida dos homens daquela época. Ainda que o conhecimento e as técnicas tenham sido temas fundadores da antropologia, as investigações sobre ciência e tecnologia contemporâneas são objetos de estudos recentes. No final da década de 70 do século passado, três etnografias realizadas quase simultaneamente em diferentes laboratórios de pesquisa, marcaram o surgimento dos estudos de laboratório. Neste trabalho abordaremos algumas características da antropologia clássica; em seguida, analisaremos o movimento etnográfico centrado no estudo das ciências e tecnologias das ciências modernas, os laboratórios como objetos de estudo das ciências sociais, a epistemologia comprometida com as etnografias de laboratório e o dilema de assumir a antropologia como sinônimo de método etnográfico ou como estudo etnográfico do homem. Assim, poderemos esquematizar uma proposta de Antropologia nos tempos da tecnociência.